20 novembro 2009

A solidão é um sintoma do egoísta por escolha?!?

Solidão é o estado de se encontrar só, ou viver só, no isolamento. Para uma pessoa que realmente vive no isolamento é bem compreensível este sentimento, já para as demais, que não participam desta condição é um pouco mais complicado de entendê-lo e aceita-lo. Como entender, por exemplo, quando estamos rodeados de pessoas “interessantes” e mesmo assim nos encontramos tão só? Isso é bem estranho, não é?
A solidão é inspiradora de muita gente como poetas, artistas, pensados e malucos como eu, mas nunca é bem vinda por ninguém, mesmo quando é fatal, porque tem que ser fera selvagem, masoquista ou deus para gostar de algo ácido assim. Meu lado fera selvagem já não é tão selvagem, não me deleito com a dor, e sobre ser deus... Já passei desta fase. O problema é que mesmo assim, sinto esporádica necessidade de mergulhar nessas trevas profundas.
Porque então me sinto tentado em fazer algo que me mete medo? Seria talvez a solidão uma necessidade fisiológica? Um softwarezinho genético acionado toda vês que precisamos parar para pensar, colocar a cabeça no lugar ou ordenar as idéias? Sei lá! Pelo menos comigo isso não funciona muito bem (ou o software é pirata), porque todas as vezes que tomei decisões embaladas na cantiga do ermo, me fodi redondamente.
Sendo a solidão não importante, tampouco decisiva para os estratagemas de sobrevivência, esta não pode ser intrinsecamente biológica, desta forma, torna-se algo consciente. Talvez seja por isso que a solidão é um dos elementos fundamentais da arte, pois a arte só é possível pela consciência na arte, ou seja, sabemos quando estamos “criando” algo. Além disso, a arte sempre remete ao existencialismo e a solidão. O motivo disso talvez não seja a escolha constante que fazemos em mergulhar freqüentemente nas trevas profundas?
Motivo consciente é aquele que escolhemos certo? Isto significa que às vezes, mesmo rodeados de pessoas interessantes, preferimos ficar só a princípio, com algo íntimo, só nosso e que não queremos dividir com ninguém. E quando isso acontece, percebemos que estamos pensando somente em nós, em nossas necessidades, e ao ponto que vamos dando conta do que nos “falta”, nos sentimos cada vez mais carentes e sozinhos.
O porquê deste tipo de escolha é que não compreendo, pois se o egoísmo nos leva à solidão, porque somos egoístas? Novamente por um motivo de sobrevivência? Acho muito inconsistente e sem lógica esta afirmação, pois a existência seria muito mais fácil se não fossemos egoístas. Só de imaginar que não preciso mais me preocupar tanto comigo nem com minhas necessidades porque todos o fazem... Que solidão resistiria a isto?
Todos pensando em mim e se preocupando comigo, que pensamentinho mais egoísta! E Isso me faz sentir muito sozinho...
Hóo solidão ambígua, só tu para me fazer escrever tanta merda!

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